E aqui vou eu! Depois de alguns dias sem postar nada, escreverei um pouco sobre o filme que, atualmente, é o meu preferido: Wall-E.Wall-E foi um filme que desde o início da sua publicidade causou certa desconfiança entre os fãs da Disney/Pixar. O motivo? Foi prometido o melhor longa de animação por computação gráfica de todos os tempos. Confesso que até eu pensei que o filme ficaria no mesmo patamar de Ratatuille e Carros (que, para mim, foram os mais fracos).
Pois bem, assisti ao teaser e fiquei impressionado com a qualidade da computação gráfica do filme, mas isso não era garantia de um bom filme em sua totalidade.
Depois que os trailers seguintes chegaram, comecei a acreditar que a promessa imposta pela Pixar seria cumprida. Os poucos minutos de vídeo que puderam ser assistidos (incluindo as propagandas em que Wall-E interagia com objetos humanos) mostraram um simpático e curioso robô, que apesar de quase não falar, era extramamente carismático. Seus olhos robóticos eram tão expressivos quanto os olhos de qualquer personagem de desenho japonês (para os japoneses, os olhos são a porta da alma).
Bem, o tempo foi passando e fui ficando mais ansioso a cada dia que se aproximava da estréia do filme. Chegado o dia, lá estava eu na estréia e o prometido foi cumprido. Nos primeiros 10 minutos de exibição eu já estava completamente hipnotisado pelo filme. Ao fim da projeção eu tinha certeza de que Wall-E não só era a melhor animação de computação gráfica, mas a melhor animação em geral, superando até mesmo O Rei Leão, que eu julgava o melhor até então.
Vocês devem se perguntar quais os motivos que me levaram a julgar tão bem assim o filme. Tentarei citá-los na crítica a seguir.
Wall-E - Crítica
Para definir o filme num todo eu só consigo usar uma palavra: arte. Wall-E é um filme que relembra os saudosos filmes de Charles Chaplin. Muitos pensam que o tema do filme é a questão ambiental, mas os mais atentam que isso serve apenas como plano de fundo, e o que realmente 
está mais presente no filme é o amor - seja o amor de Wall-E por Eve ou o amor de Wall-E pela Terra. Wall-E é um bobo apaixonado que larga o que tem para enfrentar o desconhecido e permanecer ao lado de Eva.
está mais presente no filme é o amor - seja o amor de Wall-E por Eve ou o amor de Wall-E pela Terra. Wall-E é um bobo apaixonado que larga o que tem para enfrentar o desconhecido e permanecer ao lado de Eva. Os primeiros minutos de filme são sem diálogos, algo que achei muito interessante, pois quando as primeiras falas começam a surgir, a primeira impressão que se tem é que há algo fora do normal no filme.
Antes da chegada de Eva na Terra, há uma ótima sequência que mostra Wall-E interagindo com alguns objetos humanos (como um extintor de incêndio, um sutiã e uma raquete de ping-pong com uma bolinha amarrada - imagem ao lado) em que é possível ver a curiosidade e a grande diferença entre o que é interessante entre robôs e humanos (vide cena da aliança).
Nota-se desde o início que Wall-E é um robô extremamente solitário - fato óbvio, visto que ele foi o único robô que resistiu ao estado precário da Terra. Porém este quadro muda quando Eva é enviada para o nosso planeta em busca de vida com fotosíntese. Wall-E se vê perdidamente apaixonado por Eva, e faz de tudo para tentar se aproximar dela.Em todo esse romantismo, a crítica à poluição ambiental está sempre presente. Enormes amontoados de lixo fazem parte de cenário terrestre. Praticamente não há mais água, não se vê o céu azul e as cidades são atacadas por fortes tempestades de areia.
O filme segue nesse ritmo romântico até que Eva tem que voltar para a Axiom - o maior cruzeiro da frota espacial que retirou os humanos da Terra enquanto o lixo era limpo. Aí que o filme passa para o seu 
"segundo ato", onde Wall-E vê os humanos pela primeira vez em carne, osso e gordura.
"segundo ato", onde Wall-E vê os humanos pela primeira vez em carne, osso e gordura. Então entra a segunda forte crítica do filme: o sedentarismo. O filme mostra que os avanços tecnológicos do homem lhe trouxe muito conforto e pouca atividade física. Os humanos sequer colocam os pés no chão ou falam diretamente entre si, isso agora é tudo feito através de uma cadeira flutuante que também permite a comunicação entre os usuários das cadeiras. Alimentação? Tudo ingerido de forma líquida num copo.
Para não estragar o filme para aqueles que ainda não assistiram, irei parar por aqui. Gostaria apenas de dizer que, de longe, a melhor cena do filme é o ballet no espaço entre Wall-E e Eva.
Agora, partindo para a parte técnica, o filme é excelente. A perfeição gráfica da Pixar sempre surpreende a todos. Quando pensávamos que o filme anterior era o limite que poderia ser atingido numa animação, a Pixar nos mostra um filme com detalhes gráficos extremamente detalhados. Mão não me prenderei muito nisso, já que isso não é no
vidade para ninguém. O roteiro do filme é muito bem construído (bom candidato ao Oscar), apesar do final já previsível que não desanima ninguém, já que todos já estão cativados pelo filme até lá. Também não poderia deixar de citar que o som do filme é feito por Ben Burtt (Star Wars), então já devem imaginar o quão "ruim" ficou. Também gostaria de citar que Roger Deakins (responsável pela fotografia de O Assassinato de Jesse James e Onde os Fracos Não Têm Vez) foi contratado para dar realismo para as câmeras.
vidade para ninguém. O roteiro do filme é muito bem construído (bom candidato ao Oscar), apesar do final já previsível que não desanima ninguém, já que todos já estão cativados pelo filme até lá. Também não poderia deixar de citar que o som do filme é feito por Ben Burtt (Star Wars), então já devem imaginar o quão "ruim" ficou. Também gostaria de citar que Roger Deakins (responsável pela fotografia de O Assassinato de Jesse James e Onde os Fracos Não Têm Vez) foi contratado para dar realismo para as câmeras.Gostaria de dar um destaque especial para a trilha sonora de Thomas Newman (Procurando Nemo e Beleza Americana) que é parte fundamental do filme. A música Define Dancing (composta também por Peter Gabriel) é, sem dúvidas, a melhor do filme. Nos faz ter a sensação de que voamos junto com Wall-E e Eva. Outras como All That Love's About, Eve Retrieve e Horizon 12.2 também merecem seu destaque. A música Dow To Earth, cantada por Peter Gabriel, encaixa-se perfeitamente às cenas dos créditos finais - que pode ser tido como epílogo do filme. E é claro que eu não poderia deixar de citar as músicas do musical Alô, Dolly!: Put On Your Sunday Clothes e It Only Takes A Moment, que estão presentes em certos mommentos do filme. Provável vencedor do Oscar.
E mais uma vez o diretor Andrew Stanton (Vida de Inseto, Procurando Nemo) acertou em cheio. Depois de assistir um filme como esse fica bem claro que a Pixar realmente sabe fazer e gosta do que faz. Importando um trecho escrito por Érico Borgo: Parece que a Pixar tem mesmo fé na humanidade. E não é que também tenho mais fé no mundo sabendo que temos a Pixar?
